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O maior valor não é o econômico. É o valor da compaixão. Da solidariedade.

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Aug 2, 2020Liked by Bibiana Haygert

Eu nunca me esqueço que, trabalhadora aposentada, estou numa condição conquistada, mas privilegiada!

A pandemia, literalmente, me jogou dentro da cozinha! Na verdade, eu desejava ter uma alimentação mais saudável. Pra isso, sabia que deveria diminuir minhas idas aos restaurantes, e assumir eu mesma a escolha dos ingredientes e o tipo de panelas a serem utilizados nos meus pratos. Eu me preparava, mas adiava. Agora, cozinhando, não estou adorando, mas sinto felicidade pelo ganho de ainda maior autonomia e apropriação da minha casa.

Curto fazer meus treinos funcionais no meu jardim e não numa academia. Tomo sol, colho limões do pé, e ainda tiro várias ervas daninhas fora e dentro de mim. Tem sido um prazer!

Com o mundo virtual tão dentro do meu real, ganhei tempo! Ao invés de uma aula, faço duas, pois não me desloco.

No entanto, há 1 semana, ao sair pra resolver um negócio, me encontrei casualmente com um amigo e ficamos num bate-papo (ainda que eu dentro e ele fora do carro). E eu voltei pra casa mais leve, com uma alegria diferente. Preciso da presença física do outro, ainda que me adapte muito bem à solitude. E já estou com desejo de viajar, aprender e apreender novos espaços e dar muitas risadas conjuntamente.

É muito bom poder realmente escolher se vou ou se fico! Se tenho cia ou não. É como inspirar e expirar! Acredito que sob possibilidades é que vou verdadeiramente saber das minhas prioridades.

Mas mais que tudo, estou sentindo falta de poder abraçar de verdade, sentindo o calor das pessoas!

Tudo isso me faz lembrar do Fernando Savater, quando diz que todos os interesses são relativos, à exceção do " único interesse absoluto do ser humano: o de ser humano entre os humanos". Acho que é no pequenininho do dia a dia, com quem quer que seja e onde eu esteja que eu vou exercitando a forma de viver sustentável, baseada no carinho e no respeito sempre. É aqui e agora!

Parabéns, Bibiana, pela simplicidade e competência com que cria este maravilhoso espaço! Vida longa à Clímax!

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Jul 14, 2020Liked by Bibiana Haygert

Só chego agora, quando a discussão nem está mais aberta, mas aqui estou, também falando da minha bolha de privilégios, mas descobrindo tantas coisas.

É essencial mover o corpo, nem que seja um pouco por semana. Caminhar um pouco, fazer alguma aula de alguma coisa. Virtual, que seja, não me importa tanto.

Mas, ao mesmo tempo, me importa. Não consigo só fazer aulas por YouTube. É essencial pra mim sentir conexão com pessoas em tudo o que eu faço. Então ter aulas por Zoom também está sendo importante. Ver gente, interagir com gente. Me mover junto com outras pessoas e respirar com elas. Ou meditar. Ouvi-las na mesma sintonia que eu.

Também me sinto muito conectada aos amigos, e até fortalecendo relações que estavam mais distantes, durante a pandemia. Fico feliz se isso significar que estamos todos finalmente abraçando de verdade, como adultos, os benefícios das relações virtuais. Entendendo que elas não precisam substituir as presenciais, mas têm o seu lugar sim.

Está sendo essencial pôr os pés na grama, estar na companhia dos cachorros dos vizinhos, porque não consigo agora criar um. Essencial ter plantas em casa. Essencial fazer comidas ou drinks que eu gosto, pra mim. Essencial fazer coisas que eu gosto pra as amigas, agora que já tenho possibilidade de encontrar algumas. Ou mesmo mandar coisas pelo correio. Tenho achado essencial mandar carinho pra as pessoas de quem eu gosto. Porque sinto uma angústia grande às vezes, sinto com ainda mais força que só o amor do qual eu consigo me cercar é capaz de responder a esse sentimento.

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Meu filho nasceu pouco antes que o COVID chegasse aqui no oriente médio.

Em poucas semanas chegou esse turbilhão que misturou os desesperos de pai de primeira viagem com as agonias da pandemia. Fraldas e chupetas misturadas com álcool gel e mascaras N45.

Minha licença parternidade juntou com um período de home office. Com a crise econômica vieram as férias forçadas e aqui estamos: três meses em casa.

A pandemia trouxe um novo essencial: tempo para ficar em casa e me dedicar a família, ler tantos livros começados e nunca terminados, participar desse thread e tantas outras coisas boas.

Tudo isso sem o peso de não estar aproveitando a cidade, os jantares com amigos, eventos culturais e todo o resto do velho essencial.

As vezes me pego preocupado em quando essa rotina gostosa vai acabar e lembro do personagem da Peste de Camus que não queria que a cidade fosse reaberta. Afinal, sua vida tinha melhorado.

Com isso percebo que o essencial foi toda essa série de privilégios que permitiram que uma mistura de fortuna e virtu nos colocasse aqui nessa fortaleza de vidro, mais ou menos seguros no meio de tanto desespero.

Olhando para o futuro, acredito que o essencial é não entrar nesse ciclo de ódio e extremos que se espalhou pelo mundo. É ter um senso crítico e saber navegar por vários terrenos. É poder ficar em casa com seu parceiro sem que isso seja um fardo. É ter bons amigos para conversar, bons livros para ler. É cultivar um apreciação pela arte.

Essencial é olhar para o futuro com esperança.

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Primeiramente, queria dizer que fico sempre impressionada e inspirada com sua newsletter. Ela nasceu com uma proposta e o que ela vem ofertando ao longo das semanas ganhou profundidade e complexidade imensas, provando que sustentabilidade é, na verdade, uma conversa também sobre humanidade. Parabéns!

Sobre o essencial, recebi a seguinte mensagem esses dias de um terapeuta holistico:

"você precisa sabe o que é essencial, o que não é essencial na sua vida e tirar o não essencial, que te ilude. Pois aí o outro lado é a liberdade."

Apesar de soar meio bobagem superficial, me fez pensar bastante. Vale dizer que foi um processo, cheio de leituras e exercícios, para identificar o essencial. Não é fácil. Não é rápido. Exige trabalho mental, expõe dores, vergonhas, um monte de coisa que é difícil lidar. Eu entendi que preciso trabalhar um radical selfcare. Nada a ver com o selfcare consumista que viemos a conhecer de máscaras faciais. Mas aquele selfcare radical mesmo, até desconfortável, de ter que se colocar como prioridade, respeitar próprios limites, saber suas feridas e traumas e acolhe-las. É difícil para mim, como para muitos, pois tudo e todos sempre estiveram acima das nossas próprias vontades, necessidades. Mas esse período de quarentena me fez perceber que preciso cuidar de mim para cuidar dos outros.

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Eu reconheço que falo desde uma bolha de conforto e privilégio muito grande. Talvez esta falta de mudança na minha vida pessoal tenha inibido um pouco qualquer reflexão mais seria sobre o que considero essencial ou não.

Então termino como espectador/leitor dos desafios durante a pandemia.

Reconheço que tenho uma facilidade muito grande de me acostumar a uma nova rotina e, ao princípio enfadonha, já terminou sendo o novo normal.

Faz tempo que reduzi as minhas atividades sociais, limitando-me somente ao trabalho e academia como atividade realizada fora de casa. Então o meu essencial mesmo é muito reduzido.

Acabei não respondendo nenhuma pergunta!

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Não vou conseguir entrar as 15h então coloco agora... A pandemia está obrigando a minha reflexão sobre viagens. Normalmente elas são exaltadas como um ganho muito grande à vida, que trazer reflexão, diversão etc., e, se você tem condições, está conectada com férias. Eu utilizava viagens para trabalho e ir ver minha família, que mora em outro estado. A quarentena me obrigou a ficar no mesmo lugar por meses, e percebi que é possível trabalhar e conectar com a familia viajando menos, ainda que parte da qualidade se perca. Pensando aqui exclusivamente nessa relação entre transporte e meio ambiente, vamos voltar no pós-pandemia a viajar na mesma frequência? Fica minha reflexão, que vem de um lugar de mega privilégio hehe. Abraço e boa discussão!

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